
Tik-Tok: As Mídias Sociais e o Culto à Juventude Pela Geração Z
Quando 25 parece sinônimo de velhice, parabéns: o algoritmo já te alcançou!
Que as juventudes atuais têm transpassado muitas das ideologias construídas ao longo de muitas outras gerações, não é novidade a ninguém. Mas e quando surge um movimento contrário, trazendo de volta questões como não somente o preconceito a idade, mas o pavor de envelhecer?
Isso é o que tem semeado o algoritmo de boa parte dos jovens, especialmente no TikTok.
Conteúdos como meninas de 12 anos aderindo a produtos anti-aging em suas rotinas filmadas de skincare, vídeos com filtros de envelhecimento que traduzem medo no usuário e, por outro lado, filtros que servem de degustação para procedimentos reais, são apenas uma pequena parte deste movimento.
E você deve estar se perguntando: onde mais ele chega? No audiovisual, por exemplo, atrizes como Anne Hathaway e Demi Moore são tidas como ícones do público 40+ por terem realizados procedimentos rejuvenescedores. De outro lado, temos Sarah Jessica Parker e Julia Roberts, criticadas pelo público e pela mídia com comentários como “não souberam envelhecer bem.”
Na publicidade, vemos marcas que seguem o movimento contratando jovens influenciadoras para venderem seus produtos e serviços como resposta para todas as suas questões: Fale com os jovens! Pareça mais jovem! O que em muitos dos casos não traduz a sua real essência, que já traz um contexto mais sério ou tradicional de campanhas.
Seguindo outro caminho, temos campanhas que trazem a diversidade etária de forma superficial e engessada, traduzindo as gerações mais antigas como algo datado e diferente de como as coisas realmente são, o que mais uma vez, mostra a ruptura entre o discurso publicitário e a prática.
Mas então, para onde será que vamos? A publicidade sempre teve o poder de analisar futuros, mas será que não é o momento de se olhar para o presente com mais atenção?
A busca pelo não envelhecimento e o movimento wellness talvez tenham vindo para o bem, e possivelmente a publicidade não seja mais responsável pela obsessão do que o próprio algoritmo. Mas, como toda a tendência, em algum momento ela irá mudar, e os resquícios que deixará na publicidade —- e em nossas peles também —- já não poderão se apagar assim, de um dia para o outro.