19 de dezembro de 2017

Arte contemporânea entra em debate na IMED

gaudencio-fidelis_cred-gabriela-freitas3A IMED Porto Alegre foi palco de discussões e reflexões no início de dezembro. A primeira edição do evento Debates Contemporâneos trouxe duas temáticas importantes para o ano de 2017: os 100 anos da Revolução Russa e a Arte Contemporânea. O projeto multidisciplinar organizado pelo coordenador do curso e Filosofia, Felipe Szyszka Karasek, se propôs a falar sobre a arte e estética contemporânea baseada em fatos ocorridos ao longo do ano. “O evento visa o conhecimento e o debate a respeito de temáticas relevantes ao pensamento atual, bem como aproximar o público em geral das abordagens filosóficas”, aponta o docente.

Ao longo da semana, professores da IMED e convidados palestraram sobre diferentes perspectivas da arte contemporânea, como no painel “Arte Cristã, Paradoxo e Pós-Modernidade”, no qual se apresentou a construção histórica da arte, características e influências em outras vertentes; e “A Estética do Fora: sobre Resistência e Artes”, no qual se comentou sobre o panorama do desenvolvimento da arte no século XX.

O evento de encerramento versou sobre um assunto que ganhou repercussão internacional em 2017. A palestra “Queermuseu e o recente processo de criminalização da Arte Contemporânea no Brasil” abordou o impacto que a mostra surtiu em diferentes grupos sociais. “Foi uma exposição que atingiu todas as esferas da sociedade, fazendo com que todos o comentassem em suas redes de interesse”, afirmou o curador da exposição, Prof. Dr. Gaudêncio Fidélis. O profissional comentou que a arte, normalmente, é algo que atinge um grupo em específico, tem o seu nicho e pode ser considerada até elitista, dependendo de suas características, mas a Queermuseu revelou um ponto nevrálgico que está cada vez mais latente no País: o crescimento do fundamentalismo religioso baseado na moral e nos ditos bons costumes.

Gaudêncio alertou para a censura sofrida pela mostra e como este fato desencadeou uma onda de consequências como à retirada de obras de exposições e a censura de peças teatrais. “Estamos passando por um momento em que se está em curso um processo de  criminalização da produção artística. Para quem gosta ou não gosta de arte, ela é fundamental, porque uma sociedade sem arte é uma sociedade miserável, mesma para aqueles que nunca tiveram a oportunidade e a chance de ir a uma exposição e de olhar uma obra. A arte tem um efeito e o conhecimento que ela produz sobre a sociedade é tão extraordinário e historicamente comprovado, inclusive impactando em áreas como a medicina e biologia. Não existe uma sociedade democrática sem arte”, defendeu Gaudêncio.

Prof. Dr. Felipe Karasek

Doutor em Filosofia (PUC/RS), Mestre em Filosofia (PUC/RS), Especialista em Filosofia e Ensino de Filosofia (PUC/RS), Licenciatura em Filosofia (PUC/RS). Principais interesses e pesquisas: Fundamentação da Ética; Ética, Política e Filosofia Social; Metafísica; Filosofia e Educação; Estética e Filosofia da Arte; Filosofia de Friedrich W. Nietzsche. Atua na coordenação do curso de Filosofia da IMED.

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